Regresso às aulas: Chegou o momento ideal para falar de mesada com os mais novos!

Com o regresso às aulas, muitas famílias enfrentam novas despesas e a reorganização das rotinas, desde o transporte até aos materiais escolares. Este período de transição pode também ser uma excelente oportunidade para iniciar conversas sobre dinheiro com os mais novos, estabelecendo hábitos financeiros saudáveis desde cedo.

A mesada, quando bem orientada, não incentiva o consumismo. Pelo contrário, funciona como uma ferramenta educativa: ajuda as crianças a aprender a gerir recursos, a poupar, a tomar decisões e a planear os seus objetivos. A prática recomendada é iniciar a mesada por volta dos 7 ou 8 anos, idade em que a criança já consegue compreender a relação entre dinheiro, bens e serviços.

O valor deve ser definido de acordo com a realidade de cada família e pensado de forma estruturada. Uma estratégia eficaz passa por dividir o dinheiro em diferentes objetivos: uma parte para pequenas despesas do dia a dia, outra para a poupança de médio ou longo prazo e, se possível, uma pequena fatia destinada à partilha ou solidariedade. Esta divisão ajuda a cultivar responsabilidade, planeamento e valores como a generosidade.

Mais importante do que o valor em si é o exemplo dado pelos adultos. As crianças tendem a reproduzir os comportamentos que observam em casa, tornando essencial a coerência entre discurso e prática.

Embora a educação financeira deva começar no seio da família, a escola pode desempenhar um papel complementar e muito relevante. É nesse sentido que a Fundação António Cupertino de Miranda desenvolve os projetos “No Poupar Está o Ganho” e “Por Tua Conta”, dirigidos às escolas portuguesas. Através de atividades pedagógicas e metodologias interativas, estes programas reforçam as aprendizagens sobre poupança, planeamento e consumo responsável, dando aos alunos ferramentas práticas para lidar com o dinheiro no seu dia a dia.

Assim, o regresso às aulas pode ser mais do que um momento de novas despesas: é também uma oportunidade para as famílias e as escolas trabalharem em conjunto no desenvolvimento de competências financeiras essenciais, preparando as próximas gerações para um futuro mais consciente e equilibrado.