Literacia financeira no local de trabalho: é importante?
- Publicado em 28 abril 2023
A resposta à pergunta que dá título a este artigo é simples: sim, a literacia financeira é muito importante no mercado de trabalho! Descubra porquê e comprove como a literacia financeira tem impacto em muitos aspetos do nosso quotidiano.
Um estudo recente elaborado nos Estados Unidos da América, liderado por Anna Maria Lusardi, figura de referência na educação financeira a nível mundial e fundadora e diretora do Centro de Excelência de Literacia Financeira Global (GFLEC), revelou dados extremamente preocupantes sobre o impacto da iliteracia financeira dos trabalhadores no local de trabalho.
De acordo com o mesmo estudo, as pessoas gastam em média sete horas por semana a pensar e a lidar com as suas finanças pessoais e problemas, com impacto significativo no local de trabalho:
👉 62% dos trabalhadores afirmam que a maior preocupação que têm são as suas despesas mensais.
👉 50% dos trabalhadores com problemas financeiros dizem que isso os distrai do trabalho e que passam duas a três horas por semana a pensar ou lidar com as questões de finanças pessoais.
👉 20% afirma que gastam cinco ou mais horas no seu local de trabalho.
👉 25% afirmam que a ansiedade financeira tem impacto na sua saúde física e mental, provocando um maior absentismo e aumento de custos com a saúde.
👉 A maioria dos trabalhadores afirma que a sua remuneração não corresponde ao nível do seu custo de vida, o que pode levar os trabalhadores atuais à procura de novo emprego.
👉 40% dos trabalhadores desconhecem o valor total dos benefícios e recompensas, apesar de considerarem os benefícios o 2.º fator mais importante na procura de emprego, depois do salário base.
E em Portugal? Qual o panorama da literacia financeira no mercado de trabalho?
👉 O trabalhador português caracteriza-se por salários médios baixos, reduzido poder de compra, capacidade de poupança praticamente inexistente, perfil de investidor extremamente conservador e reduzida literacia financeira.
👉 A grande maioria das empresas portuguesas tem grande dificuldade em aumentar salários, na medida em que apresentam elevados custos fixos (ex. custos energéticos) e uma carga fiscal elevada.
Que soluções existem?
Alcançar uma melhor gestão dos rendimentos por parte dos trabalhadores exige capacitação financeira, o que, em vários aspetos, se torna também benéfico para as empresas:
👉 Maior foco e produtividade: o conhecimento financeiro promove atitudes e comportamentos que se traduzem na melhoria do bem-estar financeiro e de paz de espírito, com efeito direto nas horas de trabalho focadas e no aumento da produtividade.
👉 Redução da ansiedade financeira: o conhecimento financeiro desenvolve competências financeiras que permitem assumir o controle das finanças pessoais e tomada de decisões mais conscientes, compreendendo soluções positivas e distinguindo-as de soluções perigosas.
👉 Menor absentismo: o conhecimento financeiro promove a gestão das finanças pessoais responsável, pelo que um trabalhador que realize uma gestão responsável do seu dinheiro é mais feliz e mais saudável, reduzindo o absentismo.
👉 Retenção dos trabalhadores: a oferta de formação financeira com impacto direto no dia-a-dia do trabalhador aumenta o envolvimento deste com a entidade empregadora e aumenta a sua lealdade.
👉 Atração de novos talentos: a oferta de benefícios, como a disponibilização de educação financeira, que poucos concorrentes oferecem pode desempenhar um papel na atração de novos trabalhadores.
Tendo em vista a capacitação financeira, a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda tem vindo a promover programas pensados para diferentes públicos: crianças, jovens adultos e seniores. A pensar também no público adulto a Fundação disponibiliza o programa “Eu e a Minha Reforma”.
Desta forma, a Fundação procura contribuir, através de um programa diferenciador e revelador de uma cultura de apoio ao trabalhador, para melhorar as suas condições de vida e, por consequência, contribuir para o sucesso empresarial.