Dia Europeu das Fundações e Doadores: O impacto da Fundação António Cupertino de Miranda na educação financeira e social

  • Publicado em 01 outubro 2024

No dia 1 de outubro, celebra-se o Dia Europeu das Fundações e Doadores, uma iniciativa que sublinha o papel crucial destas instituições na promoção do bem-estar social, inclusão e preservação do património cultural. Em Portugal, a Fundação António Cupertino de Miranda tem-se destacado pelos seus projetos inovadores, que combinam educação financeira, inclusão digital e preservação cultural.

No âmbito da celebração deste dia tivemos a oportunidade de conversar com Maria Amélia Cupertino de Miranda, presidente da Fundação António Cupertino de Miranda, sobre o impacto que a Fundação tem vindo a gerar na sociedade. Através de projetos inovadores nas áreas da educação financeira, da inclusão digital e da preservação cultural, a Fundação tem conseguido marcar uma diferença significativa na vida de milhares de jovens, seniores e outros públicos em Portugal. Nesta entrevista, Maria Amélia Cupertino de Miranda partilha a sua visão sobre o papel da Fundação, o impacto dos seus projetos e as ambições futuras para fortalecer ainda mais o seu legado social e cultural.

 

1. A Fundação António Cupertino de Miranda tem desempenhado um papel muito importante na educação financeira e cultural. Como avalia o impacto dos programas de Educação Financeira na comunidade, especialmente entre jovens e seniores? A Fundação tem planos de expansão para estas iniciativas?

"A Fundação António Cupertino de Miranda assume a visão, a prática e os valores da filantropia estratégica e está muito comprometida com projetos de impacto social, ou seja, com programas que provocam uma melhoria positiva na sociedade.

"A Fundação destaca-se pelo pioneirismo no desenvolvimento e implementação de projetos dedicados à promoção da literacia financeira junto de diversos públicos. É especialmente importante o projeto “No Poupar Está o Ganho”, que transfere para alunos de todos os ciclos do ensino regular conhecimento que os capacita a mudar atitudes e comportamentos financeiros cruciais para a gestão de uma vida equilibrada e feliz. Este projeto foi avaliado pela Universidade do Porto, através da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, que mediu o seu impacto social. Os resultados demonstraram que os alunos que participaram no programa aumentaram significativamente as suas competências de literacia financeira. O impacto é muito grande, tanto a nível social quanto pela sua abrangência territorial, já que, em 14 edições, o programa impactou cerca de 90.000 alunos."

"O projeto “Eu e a Minha Reforma” dirige-se a pessoas mais velhas. É também altamente inovador, pois é um programa integrado de capacitação financeira e digital, que se revela verdadeiramente transformador. A falta de alfabetização sobre a longevidade e sobre literacia financeira entre os portugueses compromete o planeamento financeiro, tornando necessário promover o conhecimento e a capacitação nestas áreas."

"Este projeto tem o potencial de criar mudanças positivas de conhecimento financeiro, evidenciando a importância da literacia financeira para a sustentabilidade da qualidade de vida."

"Portugal está a envelhecer rapidamente, o que torna a literacia para a longevidade, ou melhor, para a pluralidade das longevidades, e a importância do planeamento da reforma ainda mais urgentes. A maioria dos portugueses desconhece ou tem pouco conhecimento sobre literacia para a longevidade, o que constitui um grave défice social. Esta falta de informação pode prejudicar seriamente o planeamento para a reforma, tanto a nível financeiro quanto no que diz respeito às qualificações necessárias para garantir a inclusão social."

"A ambição da Fundação é escalar o projeto "No Poupar Está o Ganho" para todos os municípios, promovendo uma verdadeira mudança sistémica a nível nacional. Quanto ao projeto “Eu e a Minha Reforma”, a ambição é, igualmente, escalar e disseminar as literacias financeira, digital e para a longevidade, com o objetivo de trazer este tema para o debate público e contribuir para a mudança de políticas públicas, que conduzam ao desenho e implementação de uma Estratégia Nacional para a Longevidade."

 

2. A Fundação António Cupertino de Miranda tem também um papel muito relevante na preservação do património cultural, com o seu Museu do Papel Moeda. Qual a importância de equilibrar esse foco com iniciativas dirigidas às necessidades existentes, como a inclusão social e a sustentabilidade?

"O Museu do Papel Moeda é o ponto de partida dos projetos de educação financeira da Fundação. Todos enraízam aqui."

"O MPM está focado nas pessoas. Através do seu Serviço de Educação, são concebidos projetos que visam não só a transferência de conhecimento financeiro, mas também a mudança de comportamentos e atitudes em relação ao dinheiro. O Serviço de Educação desempenha um papel fulcral no desenho de todos os programas."

"O Museu trabalha também para obter uma compreensão ampla e profunda do novo papel que os museus têm na sociedade, reconhecendo neles um enorme potencial como geradores de massa crítica e agentes capazes de responder aos novos desafios económicos, sociais e culturais. Acredito que potencia o impacto da Fundação na sociedade, através da sua programação, contribuindo para a sua notoriedade e para o reconhecimento da sua identidade."

 

3. Quais os objetivos projetados pela Fundação António Cupertino de Miranda para fortalecer o seu legado e contribuir ainda mais para a sociedade nos próximos anos?

"A Fundação pretende liderar diálogos a nível nacional e internacional, para o desenvolvimento de políticas e práticas que melhorem a vida das pessoas através da transferência de conhecimento."

"Continuará a contribuir com projetos inovadores, baseados em evidências científicas, que tenham o potencial de transformar a sociedade, capacitando-a para superar os desafios sociais e económicos e aumentar a sua resiliência. Promoverá ainda e avançará com a literacia financeira, digital, para a longevidade e outras literacias que capacitem crianças, jovens, pessoas mais velhas e aqueles com necessidades de suporte adicional."

 

Celebramos o Dia Europeu das Fundações, reforçando o nosso compromisso em expandir a literacia financeira e promover um impacto positivo na sociedade! Juntos, levamos a literacia financeira mais longe 🙌